Interfaces em Todo Lugar


Variáveis não devem ser do tipo Classe.

Utilize Interfaces para definir o tipo de todas as Variáveis, Atributos e Argumentos de Métodos.

Por que?

Pensando

Interfaces são Contratos

Vou contar uma história.

Carlos é um empreendedor. Ele tem um Café chamado “Instância do Café” :)

Seus negócios estão indo muito bem mas seus clientes estão ficando cada vez mais exigentes… ele precisa contratar um barista mais experiente.

Ele paga por um anúncio para achar o melhor barista que ele puder pagar. Ele não sabe quem será o novo contratado, ele só espera que o pretendente tenha as qualificações necessárias para fazer o trabalho que lhe for designado.

Carlos não está procurando especificamente um João, Amanda ou um Xavier… suas exigências são apenas sobre as qualificações de barista. Ele não quer saber se o novo pretendente será homem ou mulher. Não importa a cor do cabelo e muito menos sobre seu gosto musical. Ele precisa de um profissional, e só.

O pretendente com as melhores qualificações terá um contrato com Carlos, seja ele/ela quem for.

Na Orientação a Objetos, a Interface é o contrato firmado entre dois ou mais Objetos.

Interfaces definem o trabalho, não as Implementações

Assim como Carlos, você não deve ser “preconceituoso” ao definir trabalho para Classes específicas.

Defina o contrato do trabalho ou função utilizando Interfaces.

Toda classe que implementar esse contrato será uma pretendente em potencial.

Por isso que toda Variável deve ser do tipo Interface — essa é a resposta ao “Porque” no início do post.

Se você utilizar tipos de Classes em vez de tipos de Interfaces, você estará restringindo quem fará o trabalho. Isso é preconceito. Seu sistema ficará dependende dessas Classes e não poderá deixá-las nunca mais. Não faça isso!

Exemplo. Eu utilizo Synapse para protocolos de rede como HTTP, FTP, etc. Mas meus sistemas não conhecem a implementação do Synapse, com exeção de um único módulo onde as classes específicas de Synapse são instânciadas. Todos os outros módulos/classes só conhecem os contratos, ou seja, as Interfaces para os protocolos de rede, mas não se importam em saber quem irá executar o trabalho. Isso é Polimorfismo. Se eu quiser mudar de Synapse para lNet ou Indy, poderia fazê-lo em apenas um lugar e tudo continuaria funcionando perfeitamente.

Eu tenho um projeto OpenSource codificado em FreePascal chamado AWS Lib. Ele é um client para o serviço Amazon S3 que também utiliza Synapse para as chamadas HTTP. Este projeto mostra de forma bem simples o que eu quero dizer. Sugiro “passear” pelos fontes e descobrir você mesmo onde é instanciado o(s) Objeto(s) do Synapse.

A AWS Lib também mostra conceitos sobre imutabilidade que irei explicar em futuros posts.

Argumentos e atributos também são variáveis. Então vamos nos referir aos três apenas como instância de agora em diante, utilizando a nomenclatura correta para o paradigma Orientado a Objetos.

Utilizando Interfaces em todas as suas instâncias você ganha o benefício do Polimorfismo pois qualquer classe — mesmo aquelas fora do seu sistema — poderão executar o trabalho de acordo com o contrato. Favorece baixo acoplamento porque as classes não estarão conectadas entre si, mas sim por Interfaces. Outra vantagem é facilitar a codificação de testes automatizados, pois podemos criar implementações fake para qualquer Interface… assunto para outro post.


Dica: A utilização de tipos primitivos como Integer, TDateTime ou string em variáveis sempre será em função da performance em detrimento ao melhor design. Priorize as Interfaces. Só utilize tipos primitivos em métodos locais — você poderá alterar quando quiser sem complicações — ou em casos bem específicos onde o ganho de performance é muito maior do que o benefício do Polimorfismo ao utilizar Interfaces.


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